sábado, 10 de abril de 2010

Desejo reprimido


Desejo reprimido



Que dia triste feio. Não tem sol, não tem nuvem, não tem vento, mas está um pouco fria. Um frio gostoso, aconchegante.

São seis horas da manhã. Parece até que estou ouvindo minha mãe martelar na minha cabeça. –pra que levantar tão cedo Milena. Esse é o meu nome. Mas o meu apelido é mel

Gosto de levantar bem cedo e sentir o ar de frescor, a brisa que bate á minha janela embaçando a minha visão. A vidraça está molhada apelo sereno da noite. Passo a mão sobre ela e sem perceber contorno um coração.

Fico pensando!-um coração vazio! É assim que ele está. Sozinho, solitário, sem vida, desocupado, pronto para amar.
Até que ponto um ser humano consegue viver sem amor?Acredito que nem um minuto. Pois tudo está resumido nessa minúscula palavra, mas de grande poder.

Voltando a real, afasto a cortina e abro a janela com força. Sinto algo diferente hoje. Uma esperança súbita invade o meu interior. Olho para o horizonte e focalizo tantas coisas belas. O dia já não está feio.

Sinto uma magia no ar. Do lado da minha janela há uma enorme mangueira. É outono, os galhos estão nus. Como uma criança sapeca, puxo um galho e vou descendo bem devagar sem tirar o meu pijama predileto de bolinha rosa.

Estava quase chegando, quando repentinamente escorreguei e começo a cair. Nesse intervalo de tempo, inúmeros pensamentos tomam contam da minha imaginação que sofre. Fecho os olhos achando que chegou o fim.

Minha vida se perderia ali? Que vida, meu Deus. Que lástima! Afinal tinha vivido tão pouco... Ainda não conhecia o amor... Ainda sem abrir os olhos espero a hora fatal.

Mas senti que minha vida não ficaria num ponto final. Haveria continuidade. Enfim caí. Fiquei paralisada, esperava uma tragédia e nada de ruim aconteceu.

Tomei coragem, abri os meus olhos cautelosamente e tive uma bela visão. Um lindo estonteante sorriso iluminava ás minhas vistas incrédulas.

Tinha esquecido que havia contratado um jardineiro. – Andrei, corpulento, mãos fortes, olhar misterioso e um sorriso encantador, renovador de esperança

Confesso que tive medo pelo desejo que sentia, mediante aos nossos olhos que se cruzaram por instantes. Então lhe retribui o sorriso. Nossa! Fazia tempo que eu não sorria assim. Será que era amor à primeira vista?

Antes de se apresentar ele colheu uma bela rosa vermelha, da cor do pecado e ofereceu á mim. Tive que me segurar para não me atirar nos braços dele e dizer que já o amava com toda a força do meu ser. Que eu o queria e que o esperava a vida inteira.

Mas não precisou pronunciar uma só palavra. O meu silêncio me condenou. Imediatamente ele beijou minhas mãos, senti que o meu corpo queimava ao contato de suas mãos que alisava os meus cabelos lisos.

Os músculos de minha face se contraíram e meus lábios tremiam nervosos, entreabertos, desejosos por um toque que mudasse o meu destino.

Nesse momento ele segurou o meu rosto com suas enormes mãos e com carinho levou-o de encontro de si, para o caminho da perdição em direção aos seus doces carnudos lábios.

Suas mãos tomaram conta de todo o meu rosto, que o beijou por inteiro, até chegar á minha boca que já ansiosa, esperava enlouquecida mente por isso, num devaneio total.

Sua mão escorregava em toda a pele das minhas costas, quente como brasa de uma lareira no inverno. Passava pela cintura e sutilmente pelas nádegas, enquanto o seu lábio alternava entre a minha boca e o meu pescoço Hum!

Tudo o que conseguia murmurar eram gemidos indecifráveis que partiam de minhas entranhas até então adormecidas. Mas que está a ponto de despertar como um vulcão extinto. O meu “eu” esquecido, acordou.

A transformação aconteceu. De bela, passei a ser uma fera faminta. Soltei o cabelo. Estou pronta. É agora ou nunca!

Como se fosse uma criançinha ele pegou-me no colo e foi entrando casa á dentro. Sem parar de me acariciar e beijando em todos os degraus da escada, que parecia infinita, tanto a ansiedade que eu sentia até que me colocou carinhosamente no leito.

O meu corpo arrepiou num calafrio. Ele percebeu e começou a me aquecer com um abraço forte e terno que me acalmou. Então segurou as minhas mãos e fez que eu me sentasse.

Ajoelhou em minha frente olhou em meus olhos e acariciou todo o meu corpo antes de retirar o meu pijama, desabotoando sem pressa botão por botão.

Ainda sentada, novamente beijou minha boca, meu rosto, mordiscando delicadamente a minha língua e o meu pescoço. Os mamilos dos meus seios pareciam faróis acesos que chegavam a doer de tão rígidos que estavam.

Parecia que minhas forças me abandonaram. Parecia uma cadela no cio implorando prazer. Sua boca contornava pelos meus seios e descia pelo meu ventre até chegar ao delírio, em minhas partes mais íntimas.

Não agüentei e gritei, implorei que me possuísse por inteira, totalmente. Que fizesse de mim uma mulher feliz, realizada, dominada. E tudo foi maravilhoso. Eu me encontrei.

Finalmente, sou uma mulher, conheço o amor. Se morresse hoje, morreria feliz.

Há! Não precisa dizer que tudo se repetiu durante todo o dia e toda a noite seguida numa reciprocidade total.

Entregamos-nos um a outro sem medo, sem limites e aprendemos que entre duas pessoas vale tudo quando existe amor.
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